segunda-feira, 9 de maio de 2011

Herbert Marshall McLuhan

Herbert Marshall McLuhan
“A nova interdependência eletrônica recria o mundo em uma imagem de aldeia global."
The new electronic interdependence recreates the world in the image of a global village.
"The Gutenberg Galaxy" (1962)
"O Meio é a Mensagem."
- título do livro "The Medium is the Massage"(1967)
"O homem cria a ferramenta. A ferramenta recria o homem."
- Variação: "Nós moldamos as nossas ferramentas, e posteriormente modelamos-nos às nossas ferramentas."
We shape our tools and thereafter our tools shape us.
Understanding Media: The Extensions of Man (1964)

Aldeia global

Aldeia global quer dizer simplesmente que o progresso tecnológico estava reduzindo todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia, ou seja, a possibilidade de se intercomunicar diretamente com qualquer pessoa que nela vive.
Como paradigma da aldeia global, ele elegeu a televisão, um meio de comunicação de massa em nível internacional, que começava a ser integrado via satélite. Esqueceu, no entanto, que as formas de comunicação da aldeia são essencialmente bidirecionais e entre dois indivíduos. Somente agora, com o telemóvel e a internet, é que o conceito se começa a concretizar.
O princípio que preside a este conceito é o de um mundo interligado, com estreitas relações econômicas, políticas e sociais, fruto da evolução das Tecnologias da Informação e da Comunicação (vulgo TIC), particularmente da World Wide Web, diminuidoras das distâncias e das incompreensões entre as pessoas e promotor da emergência de uma consciência global interplanetária, pelo menos em teoria.
Essa profunda interligação entre todas as regiões do globo originaria uma poderosa teia de dependências mútuas e, desse modo, promoveria a solidariedade e a luta pelos mesmos ideais, ao nível, por exemplo daecologia e da economia, em prol do desenvolvimento sustentável da Terra, superfície e habitat desta "aldeia global".
Na verdade, não deixa de ser verdade que, como já evidenciava a teoria do efeito borboleta (teoria do caos), um acontecimento em determinada parte do mundo tem efeitos a uma escala global, como mostra, por exemplo, as flutuações dos mercados financeiros mundiais. Neste sentido, o adjectivo global faria algum sentido, mas, apesar disso, seria restrito.
Na verdade, trata-se mais de um conceito filosófico e utópico do que real. Como afirmam muitos teóricos da globalização e alguns críticos do conceito que aqui discutimos, o mundo está longe de viver numa "aldeia" e muito menos global: o conceito de aproximação das pessoas numa aldeia, em que todos se conhecem e participam na vida e nas decisões comunitárias não se coaduna com a ideia de sociedade contemporânea. Além disso, partindo da ideia que o mundo está, de facto, interconectado, não deixa de ser verdade que, nesta aldeia, de nome tão utópico e optimista, muitos são os excluídos (apenas 26.6% da população mundial tem acesso à internet ).
Para termos uma idéia deste conceito, é preciso, pois, lembrarmos a sua ambivalência: por um lado, saber que parte do pressuposto de uma maior aproximação entre as pessoas e da consequente necessidade de uma responsabilidade e responsabilização global; por outro, saber que é um conceito exclusivo e, como tal, excludente.
Últimos pensamentos

Na sua última aparição na televisão, na Universidade de York, em Toronto, durante a primavera de 1979, fez uma síntese final da sua teoria. Tinha começado a olhar todos os artefactos humanos, desde os primeiros instrumentos até aos media electrónicos, incluindo os computadores, como extensões do corpo humano e do seu sistema nervoso e como componentes da evolução humana num contexto de seleção natural.

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