segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sustentabilidade Social

A sustentabilidade social é um dos mais importantes setores para a mudança nos panoramas da sociedade. O modo de vida pós-capitalista levou não apenas o homem, mas também o próprio espaço urbano a degradações. A desigualdade social, o uso excessivo dos recursos naturais por uma parte da população enquanto a outra cresce desmedidamente são fatores que são extremamente combatidos no âmbito da sustentabilidade social. Pode-se afirmar que a sociedade obedece a relações intrínsecas com os outros setores de base da sociedade (acesso a educação, desenvolvimento das técnicas industriais, econômicas e financeiras, além dos fatores de ordem político e ambiental) então um primeiro passo que deve ser tomado para a resolução dos agravantes sociais é justamente a responsabilidade social e a agregação a sustentabilidade desses setores.
No tocante a aplicação sustentabilidade social pelas empresas, é possível ressaltar que hácrescente investimento das grandes marcas do mercado, principalmente os órgãos mais ligados as relações financeiras. Além disso, as indústrias e empresas que vem se envolvendo na sustentabilidade social (ou responsabilidade social), as indústrias sustentáveis, tendem a exercer um imprescindível papel para toda a comunidade. Quando se tomam medidas como investimentos em promoção de trabalhos e de renda, investimento em projetos de ordens sociais, com saúdes, etc. são medidas que visam a igualdade entre os cidadãos e os exercícios da cidadania entre outros ganhos. Muitas empresas tem se empenhado ultimamente para esses tipos de projeto, uma vez que eles promovem uma excelente imagem da própria empresa.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Avanços na visão de sustentabilidade
Os primeiros alertas sobre a questão ambiental do mundo surgiram no âmbito das conferências da ONU. A primeira a abordar o assunto foi em 1968, por ocasião da Conferência da Biosfera, organizada pela UNESCO, por meio do relatório encomendado pelo Clube de Roma, intitulado “Os limites do Crescimento” (Dennis Meadows), publicado em 1972. Nesse período, segundo Ignacy Sachs, duas correntes se confrontavam em relação  à questão do desenvolvimento e ambiente. Havia a corrente dos “economicismo arrogante”, que defendia crescimento a qualquer preço, reproduzindo a idéia de que o subdesenvolvimento seria superado, quando os países periféricos absorvessem o modelo dos países industriais, ocorrendo a homogeneização do mundo. De outro lado, havia a corrente dos “ecologismo absoluto” que apontavam o fim catastrófico iminente do mundo, em função do esgotamento dos recursos naturais e do excesso de poluição. Esses últimos propunham a contenção do crescimento demográfico e econômico, ou então, do crescimento do consumo de bens materiais. A Conferência de Estocolmo, organizada em 1972, tendo como pauta o “Meio Ambiente Humano”, foi marco importante, uma vez que a partir dessas discussões nasceram, não só o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), como o conceito de “eco desenvolvimento”, utilizado por Maurice Strong em 1973. Em realidade, a proposta era uma via intermediária entre as duas correntes antagônicas prevalentes, baseando-se em uma forma de desenvolvimento que fosse orientado pelo princípio de justiça social e que se colocasse em harmonia com a natureza. Esse conceito evoluiu para aquele de “desenvolvimento sustentável”, nos anos 80, tendo sido empregado pela primeira vez, em um documento produzido pela União Internacional pela Conservação da Natureza (UICN). Mas se notabilizou por meio do relatório, elaborado pela primeira ministra norueguesa, Gro Harlem Brundtland, que presidiu a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1982. O documento foi publicado em 1987, sob o título “Nosso Futuro Comum”, mas ficou conhecido como Relatório Brundtland. A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada pela ONU, no Rio de Janeiro, em 1992, a Eco-92, avançou no sentido de propor estratégias de ação para o desenvolvimento sustentável dos países do terceiro mundo e para as outras dimensões do desenvolvimento, dando origem à Agenda 21. Na concepção de desenvolvimento sustentável, evoluída nas Conferências de Estocolmo e Rio- 92 continuaram prevalecendo a idéia de harmonização entre os objetivos sociais, ambientais e econômicos. Na Conferência da ONU, realizada em Johannesburgo, em 2002, chamada de “Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável”, as discussões continuaram apontando para a multidimensional idade do desenvolvimento sustentável e desigualdade entre nações ricas e pobres, mas sem apontar avanços teóricos ou práticos sobre a questão.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Crise social do padrão mundializado de combinação mista (industrial e Agrícola)
A combinação que caracterizou os países industrializados, integrantes da chamada “idade de ouro” do capitalismo do  Pós-Guerra, até meados dos anos 70, baseou-se em uma noção de desenvolvimento, pautado na razão instrumental. Implicou em ações que promoveram a aceleração do crescimento econômico, com a ciência e tecnologia aplicada à produção, vinculando-se à idéia de progresso e recursos naturais ilimitados. Resultou na adoção de padrões predatórios de utilização dos recursos naturais. Os ciclos de produção industrial, desse padrão de organização socioeconômico e político, apresentaram um forte descompasso em relação aos ciclos de reprodução dos recursos extraídos do ambiente natural, implicando em um volume de degradação ambiental crescente, causado pelo desequilíbrio entre os dois ciclos. Essa desarmonia entre as duas dimensões da realidade tornou-se expressão da incoerência das interações estabelecidas. Nesse padrão organizativo, a desintegração da estrutura da dimensão do ambiente natural passou a ser mais rápida que seu processo de reconstituição, ameaçando a vida do sistema, como totalidade. Por outro lado, esse modelo capitalista, de tendência uniformizou no mundo, tem proporcionado uma estrutura desigual no acesso e distribuição dos recursos no planeta, ampliando as desigualdades sociais e aprofundando o fosso já existente entre países ricos e pobres. Por outro lado, os relatórios mundiais sobre o Desenvolvimento Humano dos últimos anos, vêm apontando indicadores de exclusão social, segregação espacial, pobreza endêmica e mesmo a existência de populações sem teto, também nos países industrializados. Essa crise social que afeta hoje, também os países industriais, é chamada por Ignacy  Sachs de terceiro-mundialização, segundo ele, provocado tanto pelo padrão tecnológico da Terceira Revolução Industrial, como pela “bolha financeira”, fenômeno do desvio do capital financeiro do investimento produtivo para o investimento especulativo. Para outros, a terceiro-mundialização decorre de fenômenos de concentração de renda, desemprego e uma crescente exclusão nos países centrais, sobretudo com o desmonte do Welfare  State.  Enfim, o que se pode observar é a humanidade do mundo todo se encontra ameaçada por essa incoerência do modelo e princípios de funcionamento da dimensão econômica do sistema-mundo.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Local e meio das unidades complexas
O sistema terrestre apresenta um padrão de ordem, manifestado pela estrutura, da qual fazem parte as várias subunidades, que se constroem e se relacionam criando campos de interação. Nesse macro-organismo vivo, portanto, a noção importante a ser construída para se compreender suas micro-estruturas de análise, vistas como totalidades multidimensionais, conforme já enunciava André  Cholley, desde 1948, é a de “combinação de complexo”. A combinação de complexo constitui a manifestação da combinação do conjunto da totalidade de elementos convergentes da realidade, em uma porção precisa da superfície terrestre, passível de ser identificada como unidade. Se expressa por fenômenos de convergência em campos interativos distintos, manifestando-se como ordem de complexidade, nas múltiplas dimensões e escalas de organização do planeta. É preciso compreender que a textura complexa de uma combinação, vista como subsistema do planeta, sempre apresenta uma localização específica, uma vez que a convergência de variáveis ocorre em um determinado plano de contato da superfície terrestre. Esse plano de contato constitui, o “local” da manifestação resultante dessa combinação. Assim, por exemplo, o vento que atinge um determinado plano de contato da superfície terrestre, sofre modificações, ao se combinar com a umidade e temperatura dadas pelas condições do local, em função da interação ali existente com as outras variáveis convergentes. Ao mesmo tempo, essa massa de ar em movimento contribui para modificar as outras variáveis, seja da dimensão biológica ou humana. Essas combinações atribuem características particulares ao local de manifestação. A individualidade local e da vida que o anima resultam, do modo pelo qual se agrupam se superpõem ou interagem as diferentes combinações. As variáveis integrantes dessa complexidade podem ser mais bem compreendidas, nas modalidades impostas por sua ação combinada. Assim, a forma de um relevo emerge da ação convergente de variáveis geológicas, hidrológicas e climáticas, como também sofre interferências de fatores biológicos e sociais. Da mesma forma, para se interpretar o fenômeno econômico, não se pode abordá-lo como simples abstração, sob pena de se transformá-lo em falsa individualidade, por estar fora de uma combinação localizada. O fenômeno econômico, como os outros (sociais, biológicos e físicos), é sempre expressão da coerência estabelecida nessa combinação de variáveis sociais, políticas, biológicas e mesmo físicas. O local de manifestação das variáveis convergentes apresenta existência objetiva, portanto, é constituído de estrutura e corporalidade. Retrata a ordem da maneira como tais variáveis se ligam e se relacionam. Portanto, o local é o construto formal das interações que incidem naquele plano de contato e constitui sua unidade estrutural, ou seja, a forma física da combinação, podendo ser delimitado, mapeado e observado. Os limites de um local, não só mantém a coerência da integração, como funcionam como interface de trocas de energia entre o "espaço interno" e o ambiente externo da unidade. Mas, a combinação também contribui para dar origem, no local de sua manifestação, a um “meio” particular, ou “ambiente”, expresso pelo campo das interações estabelecidas no plano de contato e desse com seu ambiente externo. O meio é o conteúdo da forma, interage com ela e por se tratar de rede de interações em movimento, responde pelo dinamismo da unidade. Assim o meio é o conteúdo (a energia) e o local a forma (a matéria) de cada unidade da superfície terrestre. O meio exprime o conjunto das condições oferecidas pelo local e serve de quadro de manifestação da vida ali existente. Como combinação em movimento, o meio manifesta tanto capacidade de se transformar internamente, como de alterar o ambiente no qual se insere, pois mantém relações dialéticas constantes com a sua forma e conexões com o ambiente no qual se insere. Nesse sentido, a análise da sustentabilidade implica, sobretudo, em uma abordagem local das várias combinações existentes na complexa estrutura do mundo. As combinações de interesse da análise da sustentabilidade local são aquelas intervenientes na totalidade do sistema e que dão origem a meios relativamente estáveis, duráveis ou de renovação periódica. Essas características  espaço-temporal dependem do padrão de comportamento dos elementos convergentes no conjunto das interações. Sendo assim, uma combinação que tenha um caráter excepcional ou irregular, pode até conduzir o local a graves conseqüências, provocando verdadeiras catástrofes, entretanto, sem contribuir para a criação de um meio verdadeiro, por não assumir um caráter estável ou se manifestar periodicamente.  Da mesma forma, combinações que só interessam a um indivíduo ou a uma categoria de variáveis, pouco contribuem para a caracterização da ordem que mantém do sistema.