quinta-feira, 9 de junho de 2011

Crise social do padrão mundializado de combinação mista (industrial e Agrícola)
A combinação que caracterizou os países industrializados, integrantes da chamada “idade de ouro” do capitalismo do  Pós-Guerra, até meados dos anos 70, baseou-se em uma noção de desenvolvimento, pautado na razão instrumental. Implicou em ações que promoveram a aceleração do crescimento econômico, com a ciência e tecnologia aplicada à produção, vinculando-se à idéia de progresso e recursos naturais ilimitados. Resultou na adoção de padrões predatórios de utilização dos recursos naturais. Os ciclos de produção industrial, desse padrão de organização socioeconômico e político, apresentaram um forte descompasso em relação aos ciclos de reprodução dos recursos extraídos do ambiente natural, implicando em um volume de degradação ambiental crescente, causado pelo desequilíbrio entre os dois ciclos. Essa desarmonia entre as duas dimensões da realidade tornou-se expressão da incoerência das interações estabelecidas. Nesse padrão organizativo, a desintegração da estrutura da dimensão do ambiente natural passou a ser mais rápida que seu processo de reconstituição, ameaçando a vida do sistema, como totalidade. Por outro lado, esse modelo capitalista, de tendência uniformizou no mundo, tem proporcionado uma estrutura desigual no acesso e distribuição dos recursos no planeta, ampliando as desigualdades sociais e aprofundando o fosso já existente entre países ricos e pobres. Por outro lado, os relatórios mundiais sobre o Desenvolvimento Humano dos últimos anos, vêm apontando indicadores de exclusão social, segregação espacial, pobreza endêmica e mesmo a existência de populações sem teto, também nos países industrializados. Essa crise social que afeta hoje, também os países industriais, é chamada por Ignacy  Sachs de terceiro-mundialização, segundo ele, provocado tanto pelo padrão tecnológico da Terceira Revolução Industrial, como pela “bolha financeira”, fenômeno do desvio do capital financeiro do investimento produtivo para o investimento especulativo. Para outros, a terceiro-mundialização decorre de fenômenos de concentração de renda, desemprego e uma crescente exclusão nos países centrais, sobretudo com o desmonte do Welfare  State.  Enfim, o que se pode observar é a humanidade do mundo todo se encontra ameaçada por essa incoerência do modelo e princípios de funcionamento da dimensão econômica do sistema-mundo.

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