quarta-feira, 22 de junho de 2011

Avanços na visão de sustentabilidade
Os primeiros alertas sobre a questão ambiental do mundo surgiram no âmbito das conferências da ONU. A primeira a abordar o assunto foi em 1968, por ocasião da Conferência da Biosfera, organizada pela UNESCO, por meio do relatório encomendado pelo Clube de Roma, intitulado “Os limites do Crescimento” (Dennis Meadows), publicado em 1972. Nesse período, segundo Ignacy Sachs, duas correntes se confrontavam em relação  à questão do desenvolvimento e ambiente. Havia a corrente dos “economicismo arrogante”, que defendia crescimento a qualquer preço, reproduzindo a idéia de que o subdesenvolvimento seria superado, quando os países periféricos absorvessem o modelo dos países industriais, ocorrendo a homogeneização do mundo. De outro lado, havia a corrente dos “ecologismo absoluto” que apontavam o fim catastrófico iminente do mundo, em função do esgotamento dos recursos naturais e do excesso de poluição. Esses últimos propunham a contenção do crescimento demográfico e econômico, ou então, do crescimento do consumo de bens materiais. A Conferência de Estocolmo, organizada em 1972, tendo como pauta o “Meio Ambiente Humano”, foi marco importante, uma vez que a partir dessas discussões nasceram, não só o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), como o conceito de “eco desenvolvimento”, utilizado por Maurice Strong em 1973. Em realidade, a proposta era uma via intermediária entre as duas correntes antagônicas prevalentes, baseando-se em uma forma de desenvolvimento que fosse orientado pelo princípio de justiça social e que se colocasse em harmonia com a natureza. Esse conceito evoluiu para aquele de “desenvolvimento sustentável”, nos anos 80, tendo sido empregado pela primeira vez, em um documento produzido pela União Internacional pela Conservação da Natureza (UICN). Mas se notabilizou por meio do relatório, elaborado pela primeira ministra norueguesa, Gro Harlem Brundtland, que presidiu a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1982. O documento foi publicado em 1987, sob o título “Nosso Futuro Comum”, mas ficou conhecido como Relatório Brundtland. A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada pela ONU, no Rio de Janeiro, em 1992, a Eco-92, avançou no sentido de propor estratégias de ação para o desenvolvimento sustentável dos países do terceiro mundo e para as outras dimensões do desenvolvimento, dando origem à Agenda 21. Na concepção de desenvolvimento sustentável, evoluída nas Conferências de Estocolmo e Rio- 92 continuaram prevalecendo a idéia de harmonização entre os objetivos sociais, ambientais e econômicos. Na Conferência da ONU, realizada em Johannesburgo, em 2002, chamada de “Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável”, as discussões continuaram apontando para a multidimensional idade do desenvolvimento sustentável e desigualdade entre nações ricas e pobres, mas sem apontar avanços teóricos ou práticos sobre a questão.

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